quinta-feira, 22 de março de 2012

SALA ESCURA: Projeto X


“É aquele filme para desligar o seu cérebro e se divertir”, eu detesto quando as pessoas apelam para esse subterfúgio, para fugir de uma análise dos pontos negativos de um filme. No entanto, como sentir algo diferente por Projeto X. Lembra Superbad, lembra Cloverfield, mas sem a alma do primeiro, e sem o cérebro do segundo. Talvez por usar a roupagem de um mockumentary (um documentário de mentira), perdoa-se o desenvolvimento capenga dos personagens. Não que não tenham personagens que eu tenha gostado de cara, exemplo do gordinho que veste a melhor roupa para a festa, e paga mico, ou o coroa inadequado que quer se enturmar com a garotada, ou a dupla franzina de seguranças que proporcionam boas risadas sem grande esforço. Mas, o aniversariante Thomas, é um Michael Cera um pouco mais alto, magrelo e feio, não passa muita coisa, e seu romance raso com sua melhor amiga linda, apela para um clichê para abrir um sorriso no rosto das garotas no final, e Castor parece uma versão bunda suja do Gordinho do Superbad., embora a ousadia do personagem me agrade, não é alguém a procura de redenção, é um moleque sórdido mesmo, que com facilidade você encontra na sala de exibição desse filme. E por falar em facilidade, tá aí um pouco que me incomoda no filme, que aquelas 1.000 gatas dignas da victoria secrets tenham se convencido com tanta facilidade a ir a festa do loser Thomas, somente pelo boca a boca. Claro que é revelado em um momento posterior que havia sido anunciada a festa em duas rádios e um site de relacionamentos, mas não parece lá muito verossímil que tenha sido tão fácil. O filme que começa no estilo handycam quando é realizada a festa, se torna uma filmagem digna de 50 Cent, com as bela mulheres de topless mergulhando na piscina, e dançarinos frenéticos, e viciados em extasy por toda a parte. Há de se destacar a cena do traficante incendiário, uma das que mais me fizeram rir pelo extremo do absurdo como foi executada, e original de certa forma, já que o mais simples seria aparecer o homem armado com uma pistola na festa e pronto, mas o exagero épico, que fez com a festa de Thomas não fosse uma simples farra de quem está fazendo barulho na vizinhança. E ver Thomas sofrendo a consequência de seus atos também foi uma boa, ao invés de tocar Tears for Fears com pipocas voando no final. O filme se conclui com D12, a banda do Eminem, mas o ideal seria ter terminado com You have to fight for your right to party dos Beastie Boys. Um filme bom para uma pré-night ou pré-balada, sendo SuperBad um bom After Hours.